domingo, 14 de agosto de 2011
Reaprender a ouvir
Em vez de ler as parvoíces de sempre dos analistas demiúrgicos da praxe (portugueses e britânicos, progressistas ou conservadores), prefiro ouvir. Em vez de avançar argumentos pífios ou pretensiosos, prefiro ouvir. Porque há quem teorize a democracia como masturbação intelectual e vomite saudações democráticas como quem deixa pegadas, embora já tenha decidido que o mundo não passa de um capítulo da sua sebenta, ao qual nem é necessário prestar grande atenção. E também há quem revele, nestes momentos - falando de Brixton ou Tottenham como da Cova da Moura ou do Vale da Amoreira - a extensão da sua inenarrável boçalidade. Exemplos da força viral do racismo e classismo que alimentam percepções elitistas do mundo - tanto do onanista como do boçal.
E nós... ouvimos?
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