Alguns excertos, digamos, giros (tradução minha):
"Os desequilíbrios fiscais e rácios de dívida pública mais elevados são uma consequência da crise financeira e económica global, não a causa."
"Dado que a crise não foi causada por políticas fiscais indisciplinadas, a contracção fical não é uma resposta apropriada. A mudança generalizada de uma política de estímulos fiscais para uma política de contracção fiscal é autodestrutiva. É o caso, especialmente, em quase todas as economias desenvolvidas atingidas pela crise. Uma política fiscal restritiva pode reduzir o crescimento do PIB e as receitas fiscais. O resultado é, portanto, contraproducente em termos de consolidação fiscal."
E a melhor:
"O argumento mais avançado para apoiar a contracção fiscal é a necessidade de restaurar a confiança dos mercados financeiros. Isto é percebido, geralmente, como a chave da recuperação económica. Contudo, é importante ter em conta que a crise foi gerada pelo comportamento irresponsável de actores privados nos mercados financeiros, e que isso exigiu intervenções públicas muito onerosas. Portanto, é surpreendente que um largo segmento da opinião pública e dos decisores políticos esteja, de novo, a colocar a sua confiança nessas instituições, incluindo as agências de notação financeira, acerca daquilo que constitui uma gestão macroeconómica correcta e finanças públicas sólidas."
A ONU, infelizmente, vai continuar a ser ignorada. Mas não deixa de ter razão.
Relatório aqui.
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