sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Não esquecemos, exigimos explicações! II





A polícia (mais uma vez) apresenta uma história esquizofrénica e inverosímil para justificar as acções de repressão em manifestações de protesto

A polícia refere que a razão do uso da força na detenção se deveu a uma agressão por parte do detido. O comando da polícia noticiou SEMPRE que havia UM ferido nas forças policiais e que tal ocorrera junto às escadarias. No início do vídeo aparentemente todos os polícias trajados à civil estão sem problemas físicos. Depois de cair ao chão e sem que se vislumbre qualquer acto de agressão por parte do detido um deles fica claramente debilitado, necessitando de assistência no local e sendo transportado depois numa ambulância.

Muitas perguntas ficam por responder:
Como pode justificar então que a pessoa violentamente detida na Calçada da Estrela foi o agressor de um polícia, quando o polícia é ferido nessa detenção? Qual foi então a razão da detenção?
O agente foi ferido pelo detido, que estava a ser manietado/detido por 3 outros agentes? Ou ficou ferido pela queda no passeio ou ainda por “fogo-amigo” de um dos colegas que tão zelosamente puxaram e usaram repetidamente os bastões sobre o detido?
Como é que o perigoso e violento detido procurado pela Interpol e que alegadamente já tinha ferido um agente policial na Alemanha sai em liberdade no dia seguinte? Se a pessoa que foi detida era de tal forma perigosa que justificava uma acção imediata com aquela violência sobre o pretexto da proporcionalidade não devia haver matéria de facto para se ter mantido detido depois de ser presente a um juiz?
O que se pretendeu com tantas detenções aparentemente sem qualquer justificação? Estamos a tentar criminalizar o protesto?

E em termos mais gerais da actuação policial:
Qual a razão de numa manifestação se sentir a necessidade de infiltrarem polícias? Como se garante a liberdade de manifestação com polícias à paisana dentro dela?
Quem são as pessoas identificadas em vários sites que estão à frente da tentativa de invasão das escadarias e no momento seguinte estão a prender pessoas?
Porque há sempre relatórios de “perigosos extremistas e radicais violentos” antes de qualquer manifestação? Tal aconteceu antes da manifestação anti-NATO, antes da manifestação de 15 de Outubro e agora no rescaldo da manifestação do dia da Greve Geral.

A RTP estava lá, mas não noticiou!

Qual é o critério jornalístico ou editorial que leva a RTP a decidir não passar as imagens mais fortes e mais violentas da agressão policial feita por elementos vestidos à civil, apesar de ter lá estado e a não fazer uma investigação jornalística sobre que se passou?
Porquê só dois dias depois dos acontecimentos e apenas depois de um vídeo caseiro espalhado na internet e da divulgação desse vídeo por parte da TVI primeiro e da SIC logo após (que não estavam lá) se transformou este assunto em notícia?
Estas perguntas são ainda mais relevantes quando falamos de um serviço público com planos de privatização em que o mentor “iluminado” do estudo dessa privatização defende abertamente um “certo” tipo de censura.

O ministro mentiu ou é incompetente, só resta uma opção: Demissão!

O que leva um ministro a dizer que não há agentes infiltrados na manifestação quando há inúmeras fotos, vídeos e testemunhos do contrário? Ignorância ou mentira?
O que leva um ministro a afirmar que a polícia agiu correctamente e a desdizer-se automaticamente no dia seguinte ao informar que vai ser aberto um inquérito sobre o espancamento e a detenção na Calçada da Estrela? Ignorância ou mentira?

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