terça-feira, 26 de julho de 2011

Stiglitz no Fórum Social do 15-M

Carlos Limón | Publico.es

O prémio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz, veio ao Fórum Social do 15-M para analisar a situação política e económica actual.Era segredo. Um convidado inesperado foi a surpresa no primeiro Fórum Social do 15-M. O pŕemio Nobel da Economia, Joseph Stiglitz, deslocou-se «encantado» ao Parque do Retiro para levar a cabo uma análise da situação actual.
Com um megafone e um tradutor improvisado, o prémio Nobel passou revista à situação política actual, atribuindo os problemas da crise económica à escassa regulação dos mercados. «Os mercados pouco regulados foram uma experiência que durou três décadas e agora são os governos que têm de responder.»
A sua primeira intervenção arrancou os aplausos dos acampados, que mostraram a sua aprovação com o código assembleário, levantando as mãos em forma de agradecimento e rodando os pulsos.
O autor de O Mal-estar da Globalização considera que a bola se encontra no campo dos governos, e que são eles quem deve responder a uma série de necessidades que, de momento, não estão suprir. Entre elas, destacam-se a pobreza ou a má utilização dos recursos laborais, dois aspectos que para o prémio Nobel da Economia resultam num paradoxo: que haja «gente sem tecto e, por outro lado, haja espaços que não estão a ser utilizados.»
Joseph Stiglitz mostrou-se solidário com as centenas de presentes que escutaram atentamente as suas palavras. «No meu país não estamos tão mal como em Espanha», acrescentou. A solidariedade é na sua opinião o pilar no qual a Europa se deve sustentar para solucionar a crise. Neste sentido, considera que foi dado um grande passo na quinta-feira passada em Bruxelas.
Impressionado com a «energia do movimento», Stiglitz agradeceu ao 15-M o seu esforço. «Toca-me no coração», declara, terminando com um incentivo aos presentes para «trocarem as más ideias por boas ideias» através da organização, do debate público e de liderança.
«Será um processo difícil porque temos estado envoltos noutras ideias nos últimos trinta anos. O movimento representa uma oportunidade de unir as ciências económicas ao Estado Social e à solidariedade», conclui. Os indignados voltam a aplaudir, e desta vez quebram o protocolo e o silêncio respeitoso dá lugar a uma estrondosa ovação.


Tradução de Francisco Venes

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