Três pontos a reter:
- Cometer o erro conceptual de reduzir o projecto neoliberal a um anti-estatismo libertário signifca reduzir a amplitude da crítica que lhe devemos dirigir para podermos desacreditá-lo;
- O projecto neoliberal é progressista e reaccionário, conservador e radical - a sua potência transformadora reside nessas contradições;
- A interacção entre ideias neoliberais e acção política neoliberal é muito complexa, mas não pode ser explicada sem ter sensibilidade histórica (as observações de Plehwe acerca da economia social de mercado alemã são muito interessantes) e institucional (cartografando, por exemplo, o ecossistema de instituições promotoras da hegemonia, como a Faculdade de Economia da Nova, a SEDES ou a recém-chegada Fundação Francisco Manuel dos Santos).
Vale mesmo a pena. Para ler os editoriais da imprensa financeira e as intervenções públicas de intelectuais com outra perspectiva. E para não subestimar aquilo que estamos a enfrentar: trata-se de um projecto consolidado e com raízes históricas de grande densidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário