Este texto é, de certa forma, um apêndice ao post dedicado ao lançamento da candidatura do Passos Coelho ao Nobel da Economia e, a latere, explica de certo modo porque razão preferem manter a generalidade dos cidadãos longe da escola e do conhecimento. É que na Sociedade do Conhecimento as suas débeis teorias, anátemas e proclamações seriam apenas, com toda a certeza, motivo da chacota geral!
O dilema gerado pelo “multiplicador”, o seu efeito colateral, digamos, é a subida generalizada dos preços resultante do aumento da Procura. Esta questão torna óbvia a resposta à pergunta supra. Confrontados com a opção POLÍTICA entre aceitar o efeito inflacionário na Economia, que conduz inexoravelmente à desvalorização da Moeda, em particular, e de todos os ativos, em geral, isto é, ao empobrecimento dos ricos, e/ou procurar alhures outra vítima para suportar os custos económicos e financeiros do “multiplicador”, os neoliberais escolhem esta última opção.
Com efeito, só é possível contrariar o efeito inflacionista da “injeção” de capital na economia usando uma de duas ferramentas:
- a primeira é através da diminuição dos custos de produção das empresas e da atividade económica através da redução dos chamados “custos de contexto” – como os da energia, retribuição do capital, etc., por exemplo – que afetam seriamente os interesses das grandes corporações e dos mais ricos;
- a segunda é através do aumento do desemprego. Este conduz à desvalorização do trabalho – à depreciação do fator de produção mão-de-obra. O desemprego é essencial para contrariar o efeito inflacionário (que desvaloriza o dinheiro, relembro) inerente aos períodos expansionistas.
Fica agora claro porque razão os neoliberais, quando confrontados com o dilema “Inflação ou Desemprego?” não hesitam em optar por este último.
Afinal, do ponto de vista deles, a verdadeira pergunta é: quem é que vai ter de empobrecer para o sistema funcionar? Os mais ricos ou os mais pobres?
E a resposta é óbvia: se é indispensável empobrecer alguém que sejam os mais pobres que já estão habituados!
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