Ainda não o li, mas não sigo a blogocracia com a acuidade de outros eméritos blogadores. É do coiso.
Num país onde a República ainda é mais que uma palavra banalizada, Cavaco Silva regressaria de imediato a Portugal e mostraria que o seu magistério não é o de primeiro marketeer, mas o de Presidente da República. E o coiso-governo, e a coisa-coligação, e os coiso-partidos, teriam que admitir que a OCDE é a enésima instituição a minar a aura infalível de Gaspar; que o desemprego, em Portugal, deve estar perto dos 50% para os menores de 25 anos; e que estamos em cozedura lenta e rumo a um iceberg que nos levará ao fundo. Já há gente afogada. Mas a vergonha afectada, esse vício nojento que perpetramos nos bairros históricos de Lisboa e por esses regaços vadios de Portugal, impede-nos de ir para a rua dar tiros nas têmporas e rasgar os trapos com que pedimos desculpa por existir.
Se este nosso país lutasse, o Governo estaria em cheque e o Presidente estaria em vias de dissolver o Parlamento. A taumaturgia de Gaspar já não resulta (e nunca resultou). Os deslizes de Santos Pereira deixaram de ter piada e nunca deveriam tê-la tido. Este episódio de Relvas é de uma demência cívica inacreditável. Demasiados buracos, demasiadas desculpas, demasiadas nódoas e demasiadas certezas.
Se este nosso país fosse um país de lutadoras e combatentes, não teríamos a sensação de que os Passocratas têm medo de sair à rua e aproveitam todas as situações para instrumentalizar a polícia e os tribunais no sentido de assustar-nos. Teríamos a certeza.
Não é uma democracia. É uma coisocracia. Um regime onde se atiram latas de estupidez às sedes não se sabe de quê, porque sim, porque protestar é preciso e é o nec plus ultra do activismo acéfalo. Parabéns. Bem-vindos. Bem-vindas. É a coisocracia, onde o coiso governa, o Presidente "vende" o país (valham-nos as aspas) e o Governo não se demite porque...
...porque coiso.
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