sexta-feira, 29 de junho de 2012

SOMOS MULHERES. SOMOS DESEMPREGADAS. TEMOS VOZ.

Sábado dia 30, pelas 13h30 no Largo de Camões,
faz a tua pancarta e junta-te a nós 

na Manifestação pelo direito ao trabalho.

Que a crise não legitime o despedimento de trabalhadoras apenas porque são mulheres. Que mulheres não possam ser despedidas porque engravidaram, prejudicadas porque são mães, desrespeitadas na sua dignidade no trabalho e na ausência deste. Manifestamos a nossa solidariedade com as mulheres que, desempregadas como nós, precisam do emprego não só para garantir o pão, a casa, as condições de vida básicas, para si e/ou para os seus filhos, mas também para se libertarem da asfixia de uma relação violenta e para recuperarem a sua liberdade e a sua segurança.

No dia em que saímos à rua pelo direito ao trabalho, afirmamos alto e bom som que somos mulheres e queremos o reconhecimento das nossas reivindicações e o respeito pelas nossas preocupações. Sem condescendências, sem falsas cedências, sem falsas paridades, recusamos a discriminação, tenha ela o sinal que tiver. Temos uma voz e erguemo-la bem alto. Por um País mais justo. Por um futuro que também nos pertence e não pode construir-se sem nós.

Colectivo de mulheres desempregadas e sub empregadas
mulheres.desempregadas@gmail.com
https://www.facebook.com/events/326872234060603/?context=create


quinta-feira, 28 de junho de 2012

No sábado o Calvin também vai!

Manifestação pelo Direito ao Trabalho

Sábado, 30 Junho — 15h


Lisboa: do Largo de Camões a São Bento

Porto: da Praça da Batalha à Praça D. João I

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Não há alternativas é a tua tia francesa, pá!

Jogo das verdades absolutas e da sua tradução em francês: 

Se for mais fácil despedir haverá menos desemprego e não há alternativa: França vai encarecer despedimentos para combater o desemprego de 10%

Não há dinheiro para as reformas, os trabalhadores têm que continuar a trabalhar e não há alternativa: La retraite à 60 ans va rapporter plus qu'elle ne va coûter

Toda a gente gostava de subir o salário mínimo, mas não há dinheiro. Percebam, não há alternativa: Salário mínimo em França sobe 2% para os 1425 euros
 

Anda uma pessoa quase quarenta anos para perceber de facto o que é isto de viver «à grande e à francesa». 
Hoje foi anunciada a subida em 2 % do salário mínimo francês, ou seja, 0,6 % acima da inflação. A presidente do MEDEF (a confederação patronal), atreveu-se a dizer, imagine-se, que esta medida permite manter como objectivo principal o emprego. Ela até sabe que a evolução salarial não é a única variável que pode perturbar o funcionamento da economia! 
Os sindicatos, em vez de dizer «amen» e fazer uma vénia à la João Proença, respondem que uma subida real de 0,6 % é pequena, que corresponde apenas a uma baguete por semana e que continuam a luta por melhores condições. Mal agradecidos! Que desplante!

Já agora, convém lembrar que os 1425 euros correspondem às 35 horas semanais e não às nossas 24/24h, que são a realidade da «flexibilidade de horário».


Conclusão: este conjunto de medidas não vão resolver todos os problemas de pobreza que existem em França, é certo. Existem, são graves e não pretendo de forma alguma menosprezá-los. Mas pelo menos impedem que se agravem ou alastrem aos sectores de população activa e empregada.

Qu'ils sont fous, ces gaulois!

domingo, 17 de junho de 2012

Manifestação pelo Direito ao Trabalho - Movimento sem Emprego

Pelo direito ao trabalho e por políticas de pleno emprego!
 
 
 

Cavaco Silva disse, há pouco tempo, que 10.000 euros por mês não lhe chegavam para as despesas. Miguel Relvas e Passos Coelho já afirmaram em público que os jovens só terão melhoria na sua vida se emigrarem, e in...sultaram os que ainda não o fizeram dizendo que «não querem sair da sua zona de conforto». Agora, Passos Coelho diz que «o desemprego é uma oportunidade para mudar de vida» e que não se deve «estigmatizar» um despedimento.É notório o desrespeito dos membros do Governo, dos deputados da maioria, e do Presidente da República, em relação aos trabalhadores desempregados. Desrespeito que já vem de longe entre os partidos que nos governam: não esquecemos que José Sócrates assinou um memorando com a troika onde está escrito, preto no branco, que é preciso reduzir de 24 para 18 meses o tempo do subsídio de desemprego porque «a actual duração do subsídio não estimula a procura de trabalho»!Os desempregados não são calaceiros. São as vítimas da política de PS, PSD e CDS, de há muitos anos, de destruição da economia nacional, destruição da protecção laboral, venda ao desbarato de empresas públicas, permissividade total aos negócios mais mirabolantes no sector privado - com o seu cortejo de falências, deslocalizações, despedimentos colectivos, «lay-offs» -, ausência absoluta de um modelo económico que não assente em trabalho barato e sem qualificações. Se há desemprego não é por culpa da falta de empreendedorismo, de proactividade, de dinâmica e espírito de iniciativa dos desempregados: é porque há a decisão política de não investir na economia. A decisão política de não qualificar os trabalhadores. A decisão política de não negociar em favor de Portugal junto da UE. A decisão política de prejudicar os trabalhadores e beneficiar o capital.Porque rejeitam todas estas decisões políticas, e sobretudo porque sentem vivo repúdio por quem lhes destruiu o emprego e ainda os culpa por isso, os desempregados vão sair à rua em todo o país, convidando a juntar-se-lhes todos os partidos políticos, todos os sindicatos, todas as associações, todos os movimentos sociais, todos os colectivos, e todos aqueles que rejeitem esta política de insulto a quem não trabalha por decisão política dos partidos ao serviço do capital. O desemprego não é uma oportunidade: o desemprego é uma catástrofe nacional, cujos culpados não são os desempregados, nem os imigrantes, nem as conjunturas, nem as inevitabilidades: os culpados são os partidos cujas políticas criaram, maciçamente, o desemprego, e que têm ainda a suprema desfaçatez de atirarem a culpa para o agredido por eles!

segunda-feira, 11 de junho de 2012

o estado da justiça em portugal


 ... como explicar o contraste entre a tradição de combatividade dos advogados portugueses em situações bem mais graves do que as actuais, no antigo regime, comparada com a actual passividade da maioria?

Um elemento relevante da resposta pode ser revelado pela postura da Ordem dos Advogados que torna "possível processar disciplinarmente eles próprios, por participação de qualquer dos seus membros, ou do próprio órgão, em interesse próprio (por se sentirem melindrados com alguma coisa, designadamente com arguições de nulidade da intervenção deles) contra qualquer advogado, permitindo-se instruírem eles próprios e julgarem eles próprios, em causa própria, portanto".

O medo de que se fala existir e impedir a acção cívica dos portugueses tem como uma das suas fontes as perseguições a advogados, como aquela denunciada por José Preto, aqui.

(found @indymedia)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Recurso do processo dos detidos no despejo da es.col.a da Fontinha



Durante o despejo do Espaço Colectivo Autogestionado (Es.Col.A) do Alto da Fontinha, no Porto, no passado dia 19 de Abril, dois dos detidos, António Pedro Sousa e Ricardo Ribeiro, foram acusados de crime de injúria e crime de resistência e coacção sobre funcionário. Em julgamento sumário, no dia 2 de Maio, foram ambos condenados a pena de prisão de três meses, substituída por multa mais pagamento da taxa de justiça, num total de €954 cada, segundo sentença lida a 10 de Maio.

Vimos por este meio enviar, em anexo, cópia do Recurso da sentença - que deu entrada no Tribunal de Pequena Instância Criminal do Porto, 3ª Secção, no passado dia 1 de Junho - de forma a que este seja divulgado e ponha a nu a farsa que foi este julgamento nitidamente político. Junta-se também em anexo cópia dos factos alegadamente provados em Tribunal, contestados no Recurso. Refira-se que o documento referente ao recurso é antecedido de um índice, com links e bookmarks para facilitar o manuseamento.

Denunciamos a violação do processo equitativo, violação do princípio da legalidade, ausência do respeito devido às instituições vigentes, plausibilidade da ausência de defesa efectiva, de onde ressalvamos:

O facto da Procuradora do Ministério Público (MP), que representa a fiscalização da Lei, ter nas suas alegações finais tecido considerações na primeira pessoa do singular sobre as convicções políticas dos arguidos, acusando-nos de "proselitismo na via da educação" e de um internacionalismo alarmante. Chegando ao cúmulo de ter dito que "se não queremos suportar situações que não nos agradam, vivemos isolados na Serra da Lousã". E o facto da Procuradora do MP e do Juiz de Direito do Tribunal de Pequena Instância Criminal do Porto - 3ª Secção terem, com toda a evidência e à vontade, conduzido os testemunhos de acusação e ignorado os de defesa.

E fica a dúvida, uma vez que nada ficou provado, o que é que afinal sustenta a acusação?

Recurso Processo Despejo Fontinha

Factos Pretensamente Provados Fontinha