quarta-feira, 1 de junho de 2011

A Grécia Está nas Ruas, Sabiam?

Sabes o que se está a passar em Atenas neste momento? Envia uma mensagem aos meios de comunicação social portugueses a exigir que nos informem sobre o assunto. Podes usar este texto e os endereços no fim. Quebra o bloqueio. Passa a palavra.

Depois de terem ignorado os dias iniciais dos protestos em Espanha, e de terem feito uma cobertura tardia e limitada das repercussões em Portugal, os media portugueses insistem em fechar os olhos, ou em tentar fechar-nos os olhos, em relação a outro palco de contestação em curso: a Grécia.
São pelo menos cem mil nas ruas em Atenas há vários dias, a protestar contra as medidas de austeridade, a intervenção do FMI, a complacência do governo, a vida que não podem viver.
Nisto, os media portugueses não estão sozinhos: o bloqueio é geral. Percebe-se que o efeito claro das políticas de austeridade impostas pelo FMI desde há um ano não seja uma visão agradável que para quem tenta implementar o mesmo plano sanguessuga por outras paragens; e menos será a consciência de que as pessoas não estão rendidas ao que lhes vendem como inevitável, e que um ano de austeridade e ameaças as faz sair para a rua em massa. Mas não será precisamente porque a Grécia é um exemplo tão próximo e claro que o jornalismo digno desse nome devia fazer questão de pelo menos noticiar? já nem falamos de isenção, debate, investigação - apenas da obrigação básica de informar. Mais ainda num país em campanha eleitoral para umas eleições que se disputam em torno das questões da austeridade e das imposições da mesma troika responsável pela situação grega.
Existem alguns artigos on-line|1|, transmissões em directo|2|, e até a hashtag #greekrevolution no Twitter. Se os media não cumprem o seu papel, há quem o faça. Mas acreditamos que o contributo da comunicação social para o debate e a informação dos cidadãos é insubstituível, e que jornalistas sérios não prescindem das suas obrigações éticas. Por isso, aqui fica o apelo: façam o vosso trabalho, e informem-nos acerca do que se está a passar na Grécia.

alguns emais (envia para outros que tenhas!):
tsf@tsf.pt
agenda.informacao@rtp.pt
politica@lusa.pt
politica@publico.pt
agenda@dn.pt
agenda@tvi.pt
agenda@tvi24.pt

Também podes enviar uma mensagem ao Provedor do Telespectador da Rtp aqui.

|1| Artigos

|2| Live Streaming e vídeos:

13 comentários:

  1. E porque não escrever mesmo ao Provedor do Telespectador, por exemplo?

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  2. boa ideia! já está no texto. obrigada!

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  3. Seria interessante por uma carta modelo para enviar para estes e-mails. A ideia não é original e pode ser vista em prática por exemplo no site da Greepeace

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  4. Interessante era vocês reconhecerem que isto está a acontecer porque a Grécia não está a cumprir o acordo com o FMI. Vem nas notícias.

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  5. Já está. Divulguem na net, contactem outras pessoas.

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  6. Concordo que deveria haver mais informação sobre o que se está a suceder na Grécia, mas dizer que o FMI é o responsável pela situação que se vive actualmente na Grécia é completamente falso. A Grécia entrou em crise devido à sua má gestão dos recursos financeiros e da aldrabice das contas do executivo em função na altura da entrada para o Euro, que adulterou as contas do país de forma a que estas viabilizassem a sua entrada na moeda única.
    O FMI entrou em acção no país socorrendo-os com a ajuda que achava necessária, mas agora ao verificar que as contas que estes apresentaram eram falsas, a situação para os gregos complicou-se muito mais, pois o seu buraco financeiro é muito maior do que aquilo que se pensava ser.
    Estar afirmar que o responsável pela situação da Grécia é o FMI é uma mentira, pois os responsáveis são os anteriores executivos que falsificaram contas, forjaram documentação e burlaram a União Europeia.

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  7. Este comentário foi removido pelo autor.

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  8. sobre as responsabilidades do fmi na actual situação da grécia (e também sobre os antecedentes), ver este texto da Attac Espanha

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  9. Eduardo? Aconselho-te a pesquisares sobre as situações em que o FMI entrou. Nomeadamente na Argentina.
    A receita é sempre a mesma e os resultados também, ou seja, no final os paises têm que mandar o FMI dar uma curva se não querem passar fome.
    http://aeiou.expresso.pt/a-bancarrota-desordenada-da-argentina-em-2001=f645213

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  10. Eduardo, a que se refere quando menciona "isto"? Se se refere ao tema deste texto, não tem razão. O bloqueio mediático não tem a ver com um putativo incumprimento do "acordo com o FMI". Se se refere à concentração na praça Syntagma, faça o favor de referir as "notícias" que sustentam a sua posição. Aí, poderá discutir-se a propriedade da mesma; de outra forma, os seus comentários terão uma réplica silenciosa.

    Armando Pera, o texto não refere que o FMI é o responsável por aquilo que se está a passar na Grécia. É co-responsável. O programa de políticas públicas imposto pela ala radical do FMI, pelo BCE e pela CE é, simplesmente, pró-cíclico e não resolve problema nenhum. Não prevê uma reforma séria dos mecanismos de combate à corrupção na administração grega, não prevê uma reforma séria do sistema fiscal grego, não prevê uma reestruturação credível da dívida pública grega e não propõe medidas coerentes de estímulo ao crescimento. Quanto à sua referência às "aldrabices do governo", falta falar da Goldman Sachs e do conluio da banca grega. E quanto à intensificação das medidas devido à descoberta de novos buracos financeiros, a comissão conjunta avaliou essa questão antes de produzir o Memorando de Entendimento e vigia as contas desde então. Se não descobriram todos os buracos, também são co-responsáveis. E deviam responsabilizar a Goldman Sachs, em vez de acelerarem a destruição da sociedade grega.

    Nada do que é dito neste texto "é mentira". Leia o que é dito por Wolfgang Munchau e Martin Wolf nas últimas edições do FT.

    Além disso, acusa o texto de encontrar um único responsável, o que não é verdade, e determina a responsabilidade total de um outro actor, o governo grego. Isso é inconsistente.

    O que está em causa é a falta de informação acerca da concentração na praça Syntagma, que o Eduardo parece julgar da responsabilidade do FMI. E até vem nas notícias, vejam só!

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  11. Ricardo Rodrigues, esta é a carta modelo. Pode usar, é copy left. :)

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  12. Bom, eu vou para a Grécia na próxima 4ª feira, não exactamente para Atenas mas para Salónica. No caso de haver mais desenvolvimentos eu digo-vos qualquer coisa. ;)

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  13. Não existem dúvidas que o sistema que nos rege está podre. É necessário um regime alternativo.
    Finalmente existe à nossa disposição um novo regime, composto por modelos económicos, politicos, sociais e juridicos.
    Ver site:
    www.ergonocracy.org
    Será esta a solução?

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