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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Solidariedade com a Es.Col.A: Próximas manifestações em Lisboa

As próximas concentrações em Lisboa, em solidariedade com a Es.Col.A da Fontinha e de repúdio pelo despejo:















Hoje, sexta-feira: 18h no Lag. de Camões
Amanhã, sábado: 19h no Lg. de Camões

Não se pode despejar uma ideia!

sexta-feira, 30 de março de 2012

Um acto desproporcional da polícia gerou uma confusão colossal

Já tinha sido claro por todos os testemunhos dos participantes da manifestação da plataforma 15 de Outubro que a polícia ao deter alguém por um acto menor tinha iniciado toda a sequência de eventos que gerou a confusão colossal no Chiado.
Agora o tribunal absolveu a pessoa detida.

Ao absolver o detido, o tribunal no fundo confirma que o crime praticado não era passível de grande dano, e como em Portugal ainda não existe a figura legal de prisão por desacatos futuros, concluí-se que a polícia interveio abusivamente num problema menor.
O que seria normal era não ter intervido e ter deixado a manif prosseguir o seu curso normal até porque essa zona do Chiado era uma zona bastante complicada de gerir (como se viu) e foi alvo de grande aparato securitário na manifestação da CGTP que antecedeu  esta em apenas duas horas.

Para quando o assumir de responsabilidades por parte da polícia e de quem tutela esta entidade?

Adenda: Mais detalhes aqui.

es.col.a - carta aberta - resistiremos

CARTA ABERTA

A promessa de suspensão do despejo do Es.Col.A revelou-se um logro. Politicamente forçada a dialogar com os ocupantes da antiga Escola Primária do Alto da Fontinha, a Câmara Municipal do Porto (CMP) mais não queria do que anunciar que o despejo se mantinha, embora adiado. Em reunião com dois delegados da Assembleia do Es.Col.A, os representantes da câmara exigiram que o projecto assinasse a sua sentença de morte, traduzida num contrato de aluguer com fim em Junho. A continuidade imediata do Es.Col.a dependeria da assinatura desse papel. 

Recapitulando: a 10 de Abril de 2011, um grupo de pessoas ocupou a antiga escola primária do Alto da Fontinha, devoluta e abandonada há mais de cinco anos pelo município que a devia manter. Depois de um mês de ocupação do espaço e já com inúmeras actividades a decorrer, a CMP mandou a polícia despejar violentamente os ocupantes e emparedar o edifício. Depois de um longo processo negocial, o Es.Col.A voltou à Escola da Fontinha onde se mantém até hoje, com a indiferença da CMP.

Esta farsa é, para nós, inaceitável, tal como o é o despejo em si - seja agora, em Junho, ou em qualquer altura. Perante quem tem, repetidamente, falhado no cumprimento da sua própria palavra e que entende o ultimato como forma de negociação, a posição do Es.Col.A só pode ser a de não aceitar a decisão de despejo. Fazê-lo seria desistir do sonho com que partimos para esta aventura, o de transformar as nossas vidas com as nossa próprias mãos, ensinando e aprendendo com quem se cruza connosco, nas ruas da Fontinha. Porque o Es.Col.A, muito mais do que uma escola, é um laboratório dum mundo já transformado, resistiremos.

Precisamos do sentido solidário de toda a gente que se identifica com o projecto. Em todo e qualquer lado, que a ocupação e a libertação de espaços sejam a resposta generalizada ao ataque às iniciativas de emancipação popular dum sistema que prefere a propriedade, mesmo que abandonada, ao usufruto, mesmo que colectivo.

Que a moda pegue! 
ai, ai!

terça-feira, 27 de março de 2012

Provocações policiais - versão uncut



O que se passou no cruzamento da Rua Garrett com a Rua Serpa Pinto é de uma gravidade tal para a democracia que não admite silêncios nem comentários infelizes menos informados.

O que testemunhei presencialmente foi o absurdo completo dos meios da polícia perante uma manifestação que decorria pacificamente. Tendo ficado “para trás” no Rossio, por uma ida à casa de banho, um café no Nicola e uma conversa com um amigo que não via há anos, quando entrei na Rua do Carmo, acompanhado por dois companheiros/camaradas, deparei-me com a existência de 12 (12!!) carrinhas da Polícia de Intervenção, mais uma pick-up branca identificada pela sigla TAT da polícia – um contingente bastante maior do que aquele que tinha seguido desde o Saldanha a manifestação do Occupy, constituído apenas por uma carrinha da polícia e por mais 5 agentes à paisana, que nem tentaram entrar na manifestação, de tão reconhecíveis que eram; nesta manifestação tinha havido apenas um momento de tensão junto ao Banco de Portugal, quando foram arremessados alguns ovos.

Já na Rua Garrett, seguindo pelo lado direito da rua (portanto no enfiamento da localização onde se vieram a dar os primeiros incidentes), numa altura em que nada se passava além de palavras de ordem, mais ou menos bonitas, para o governo que nos desgoverna, um grupo de polícias sai da Serpa Pinto para o fatídico cruzamento com a Garrett e regressa, levando consigo um manifestante.
Dessa primeira acção logo se gera o natural – quem não perceber este adjectivo pode ir ler um pouco acerca de psicologia de massas e de multidões – descontentamento dos manifestantes, a que se segue a primeira carga da polícia, que leva a que o manifestante mais fotografado do dia fique com a cabeça aberta.

O acto de se defender alguém do grupo de pertença, numa manifestação ou em algum acontecimento similar, é por demais estudado e faz parte da temática da psicologia das multidões. Uma pessoa a ser arrastada dos seus pares e a ser brutalmente agredida gera sentimentos de empatia e de pertença que se transformam num compreensível acto quase involuntário de ajuda e de solidariedade.
Algumas pessoas têm comentado o facto de não se conhecerem imagens desta acção, que realmente inicia tudo o que se passou a seguir. Espero que alguém tenha essas imagens e que as disponibilize, mas o simples facto de ainda não terem aparecido demonstra que a situação até ao momento era perfeitamente normal e que nada se estava a passar. Caso contrário, teria atraído o foco das inúmeras máquinas de filmar e de fotografar presentes.

Depois dessa primeira carga, as imagens que servem de prova ao que se diz neste post mostram tudo o que se passou: pessoas a pedir satisfações sobre a razão de ser de tal procedimento, pessoas mais exaltadas a arremessar garrafas de água de plástico, suportes de guardanapos e uma (UMA!!) cadeira da Pastelaria Benard. Quando tudo parece voltar ao “normal” e os manifestantes que tinham mantido o sangue frio começaram a acalmar os ânimos gerais, dão-se a terceira (que vitima os jornalistas) a quarta e a quinta cargas policiais. Completamente injustificadas, desproporcionais e violentas.

Da análise do vídeo, alguns pontos merecem realce:


2:04 – é visível a situação completamente pacificada e sem qualquer atrito.
3:09 – vê-se a agressão ao primeiro jornalista, João Goulão, confirmando-se o que foi dito aqui 
http://jsgphoto.blogspot.pt/2012/03/22-de-marco.html?m=1
3:35 – após a agressão à jornalista Patrícia Melo Moreira, esta é ajudada por manifestantes, como publicamente testemunhou, e não usada como escudo, como estupidamente alguns quiseram caluniosamente fazer crer. As imagens deste vídeo não mostram a agressão, apenas os momentos seguintes.
3:58 – vê-se um chapéu da esplanada da Brasileira a ser retirado do sítio, tal como aparece no vídeo do Expresso em câmara lenta (alguém consegue explicar esta escolha do Expresso pela câmara lenta?); esta imagem foi usada para justificar todas as acções da polícia, ou seja, o injustificável.
5:19 – vê-se um polícia ferido, imagem que serviu também para justificar toda a acção policial. Não se vê a razão do ferimento.
4:45-7:14 – consegue-se perceber que a situação, apesar de tensa, está tranquila; nada é arremessado contra a polícia, não há sequer qualquer provocação por parte dos manifestantes. No entanto uma nova carga policial é ordenada. São 2 minutos e meio em que nada acontece de estranho, senão o desejo de voltar a carregar sobre os manifestantes.
7:28 – é visível a agressão absolutamente gratuita a uma senhora, que está aqui filmada de outro ângulo. 
http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=N1xduIc5o3s 

E as primeiras perguntas sobre o que aconteceu e sobre o que se irá passar têm de ser levantadas:

1 – Porque decidiu a polícia empregar a força e forçar a prisão de um manifestante naquele preciso lugar? Aquela localização é a pior para o efeito, por causa das esplanadas, na consideração da própria polícia, pois na manifestação da CGTP, que ocorreu 2 horas antes, obrigou a manifestação a um desvio de 500 metros, para que não passasse em tão “perigoso” local. Se o local foi alvo de tão excessivo controlo securitário na primeira manifestação, porque foi exactamente o sítio escolhido para deter um manifestante senão para provocar os participantes da segunda manif? E não digam que a razão eram os petardos, eu detesto petardos, mas os que ouvi foram no Rossio, um bom quarto de hora antes do que se passou.
2 – Por que razão a polícia decide intervir quando tudo estava em vias de pacificação? Se tinha havido excessos (e aí temos de definir excessos e identificar culpados) durante a detenção que a polícia decidiu operar, porquê decretar que o Chiado era para varrer se a situação já estava sob controlo? Qual a razão das sucessivas cargas policiais e qual o objectivo? Há momentos, e o vídeo mostra-os, em que tudo parece acalmar, mas, sem razão aparente, a polícia decide progredir no terreno. Qual a razão que leva a tamanha desproporcionalidade de meios?
3 – A agressão aos jornalistas é a todo os títulos condenável. Mas o cidadão comum, não jornalista, não é merecedor do mesmo respeito e dos mesmos direitos que os jornalistas? O acto de se manifestar, de
dizer o que lhe vai na alma, expressar pacificamente a sua revolta, consagrado na Constituição, não deve merecer o respeito da polícia? E se não merece, a que preceito e a que ordens está a policia a obedecer?  
4 – O secretário geral da CGTP afirmou que não tolerava nem admitia vandalismos. Provavelmente estaria mal informado sobre o que se passou, ou referia-se à acção da polícia. Um esclarecimento do líder da maior (e única digna desse nome) central sindical impõe-se com urgência.
5 – O ministro da tutela afirmou que as forças de segurança actuaram com profissionalismo e que responderam a agressões. Pelo que se vê nas imagens e se lê nos inúmeros relatos que circulam na internet, tal não é verdade. O que vai fazer? Inquéritos que demoram meses, sem ouvir rigorosamente ninguém a não ser os polícias que são apanhados em flagrante não resolvem o problema. Deve assumir o sucedido e aceitar as devidas consequências políticas.
6 – O Presidente da República também veio exercitar a sua conhecida “verborreia de banalidades” e, embora condenando a agressão aos jornalistas, nada disse sobre os restantes acontecimentos. Irá tomar partido ou defender alguém? Cavaco Silva é bem conhecido pelas cargas policiais sobre manifestantes durante o seu reinado de primeiro-ministro, em que utilizava o seu amigo de longa data Dias Loureiro (Ministro da Administração Interna nesse tempo), pelo que não se pode esperar nada de positivo vindo de Belém.


Adenda: O inquérito sobre os acontecimentos na manifestação de 24 de Novembro, em que vários polícias à paisana foram detectados, filmados e fotografados em acções dúbias e até a sovarem brutalmente um cidadão, estará pronto quando? É que já se passaram mais de 4 meses e, que se saiba, nenhum dos manifestantes que testemunharam os acontecimentos foi ouvido. Tanto tempo para conseguir uma resposta sobre o sucedido já deixou de ser patético, já é uma afronta.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Aspirante a manual de boas maneiras para protestos anti-austeritários*...

...até despacharmos a direita (e depois logo vemos quem é que é mais de esquerda)

Mínimos de referência 2012 – para os movimentos sociais, sindicais ou não - versão 1.0

- os protestos, para terem interesse e impacto, têm de perturbar a ordem estabelecida. ‘Violência’ é a exibição de símbolos de repressão, todo o aparato policial para conter pessoas que se manifestam pacificamente ou os infiltrados que têm provocado distúrbios violentos nas mais recentes manifestações (e que as pessoas têm o direito de expulsar, pacificamente, das mesmas). Atirar coisas, que não magoem, aos símbolos de poder (financeiro ou político) - confettis, pétalas, purpurinas, peluches, tinta, bolos, tomates (maduros), ovos (crus, podres ou não), cenouras (cozidas), ou outras coisas que não ponham em causa a vida de ninguém, mesmo que atiradas de muito longe -, não são violência.

- a polícia de intervenção não é nossa amiga.

- ‘segurança` de uma manifestação, por parte de um ou mais colectivos organizadores, a existir, serve para garantir a segurança dos manifestantes face a infiltrados e a detenções injustas: são pessoas incentivando acções de grupo, apelando à solidariedade dos restantes manifestantes por forma a impedir os abusos policiais.

- as pessoas têm direito à autodefesa – individual ou colectiva - da detenção injusta ou ilegal e do abuso de poder; os manifestantes não são culpados até prova em contrário.

- não se deixam manifestantes para trás, numa acção pública. Aqueles que a polícia estiver a pressionar mais devem ser protegidos pelos restantes.

- todos os colectivos anti-austeritários são solidários, fazem circular informação entre si e tentam coordenar acções e mobilização em conjunto.

- nenhum colectivo anti-austeritário tem o direito de boicotar, canibalizar ou concorrer com acções e manifestações de outros colectivos.

- todos os colectivos anti-austeritários são bem vindos às acções dos restantes, sendo implícita a liberdade total de participação em cada protesto ou acção pública – utilização de máscaras, cartazes, bandeiras, faixas, palavras de ordem etc –, a comunicação prévia e o apoio público à acção são de bom tom

- chega de carros de som, vivam os rádios portáteis, megafones, apupos, vaias e a voz das pessoas.

- todas as pessoas e todos os colectivos têm direito a convocar o que quiserem: "se não concorda, não participe mas não atrapalhe."

- o que conta é a expressão colectiva e livre, não as estrelas e as vanguardas dos movimentos.

- não há só manifs e greves: imaginação ao poder.

- estão excluídas pessoas sem sentido de humor


Cidadãs. Várias.

*excepto grupos nazis, neonazis, xenófobos, racistas, homofóbicos ou sexistas, que não são bem vindos.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

TVI recebe Macedo - As perguntas que se querem respondidas



Acabei de saber que amanhã o ministro Miguel Macedo irá ser entrevistado na TVI24.
Confio que a TVI saberá escolher um jornalista competente que faça correctamente o seu trabalho e que lhe coloque as perguntas certas.
Esperando contribuir para que esta iniciativa não seja uma conversa de café decidi escrever por forma a sintetizar o que lhe deve ser perguntado. Pode ser que chegue aos olhos do jornalista e ele ou ela poupem algum trabalho.

Sobre os acontecimentos da Calçada da Estrela:

Versão policial:
Foi detido um cidadão alemão por polícia à paisana porque era procurado pela Interpol, tinha agredido barbaramente um polícia junto às grades que ficou ferido com gravidade e porque este "alemão" era procurado por outra agressão à polícia na Alemanha.

Factos:
O ministério público informou hoje que o "alemão" não era procurado pela Interpol e que não havia qualquer caso pendente na Alemanha. A polícia sempre informou que naquele dia tinha ficado UM e só UM agente ferido com gravidade. O agente ferido na Calçada da Estrela é esse polícia ferido, esteve a ser assistido no local pelos seus companheiros e foi transportado numa ambulância.

Perguntas:
Porque é que a polícia disse que o detido era procurado pela Interpol?
Porque é que a polícia disse que o detido tinha agredido antes da detenção um polícia de forma bárbara?
Porque foi efectivamente detida essa pessoa?
Como confiar nos relatos que a polícia faz? Se a polícia mente quando presta declarações no dia seguinte aos acontecimentos, sem pressão, como se pode manter confiança política nos seus comandantes?


Sobre a actuação do dia 24 no Parlamento.

Versão policial:
Houve um grupo de pessoas que deitaram as grades abaixo e a polícia actuou de forma proporcional, contida e competente para sanar o problema e garantir que a AR não fosse invadida.
Houve manifestantes que foram violentos e a polícia usou o bastão e procedeu a detenções.

Factos:
De todos os vídeos, testemunhos e fotos constata-se que as grades caíram, que houve pessoas que tentaram ocupar de forma exaltada mas pacífica as escadarias e que a polícia intervêm à bastonada para garantir o estabelecimento do perímetro de segurança inicial.
Nas fotos em que são vísíveis "manifestantes" a entrarem em "vias de facto" com a polícia são claramente identificados dois homens um com casaco azul e outro com casaco castanho que noutras fotografias estão a prender manifestantes e um jornalista do jornal i.

Perguntas:
O que faziam policias à paisana dentro da manifestação? Isto é normal num estado democrático?
E porque estavam esses polícias exactamente no local dos confrontos e a tomar posições activas na contenda?
O que se entende por uma acção contida, proporcional e competente por parte das forças policiais quando as acções mais violentas são perpetradas por polícias à paisana?


Sobre a exemplar actuação da polícia e as infiltrações

Versão policial:
A polícia usa sempre a força proporcional e nunca usa agentes infiltrados, tal não vem previsto na lei. A polícia teve um comportamento exemplar.
Guedes da Silva informa que a polícia estará presente "e poderá ser mais dura". E ameaça ainda que "é para isso que cá estamos e o equipamento é para ser usado".

Factos:
Há vídeos e fotos que demonstram a presença activa de agentes à paisana na manifestação de dia 24 de Novembro e de 15 de Outubro.
Os agentes à paisana, no dia 15 de Outubro, na primeira linha da manifestação em São Bento gritam "Fascistas, fascistas, deviam estar aqui!" e "Filhos da P***" para os colegas, enquanto abanam violentamente as barreiras de protecção. Estes agente tornam-se "pacificadores" quando a barreira policial é quebrada e a escadaria policial é pacificamente ocupada. (ver vídeo postado ontem- via 5 dias).
Os policias da agressão na Calçada da Estrela do dia 24, conjuntamente com os seus bastões retracteis voltaram a entrar para dentro da manifestação.
Os agentes à paisana presentes no dia 24 de Março na frente da tentativa de ocupação de escadarias entram em confrontos com os seus colegas policias quando eles intervêm.

Perguntas:

Qual o sentido de colocar policias à paisana numa manifestação num estado democrático? Qual o objectivo?
Onde fica a linha entre prevenção de actos violentos e a interferência nos legítimos movimentos de contestação social?
O que vai fazer relativamente aos agentes à paisana, infiltrados nas manifestações e que têm papel de agentes provocadores na primeira linha da manifestação?
Porque foi tão célere o comando da polícia e o ministro a concluir que a actuação policial tinha sido exemplar quando no dia seguinte surgiram tantas provas de situações mal explicadas e de falsidades nos relatos dos acontecimentos? Porque abriram um inquérito de averiguações quando já tinham as conclusões?
Compactua com o tom de ameaça que o (ainda) comandante Guedes da Silva utiliza?

Pergunta final que se impõe: Quando entrega a sua carta de demissão? Quanto tempo vai manter Guedes da Silva à frente da polícia?

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Não esquecemos ... e agora só resta a demissão!

Depois da sessão de ontem no combate de blogs novas provas factuais vieram a lume pela mão do Renato Teixeira do 5dias .



Neste momento já poucas explicações são necessárias é preciso que os actos tenham as consequências devidas.


Como adenda de todos os factos que referi ontem ficam as provas das ocorrências:

Manifestação Anti-NATO (Novembro de 2010), como uma manifestação pacífica receber este tratamento:


Retirado da PAGAN

Manifestação do 1º de Maio em Setúbal, sem comentários...





Retirado do Spectrum



Invasão da ES.COL.A no Porto em Maio, okupação que devia ser incentivada como se pode ver no vídeo.


Através da uncutter Gui.


Detenções na acampada do Rossio em 4 de Junho:







Piquetes da Greve geral em Oeiras, actuação ilegal alegando serviços mínimos que não foram requisitados e demonstração de força excessiva.



sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Não esquecemos, exigimos explicações! II





A polícia (mais uma vez) apresenta uma história esquizofrénica e inverosímil para justificar as acções de repressão em manifestações de protesto

A polícia refere que a razão do uso da força na detenção se deveu a uma agressão por parte do detido. O comando da polícia noticiou SEMPRE que havia UM ferido nas forças policiais e que tal ocorrera junto às escadarias. No início do vídeo aparentemente todos os polícias trajados à civil estão sem problemas físicos. Depois de cair ao chão e sem que se vislumbre qualquer acto de agressão por parte do detido um deles fica claramente debilitado, necessitando de assistência no local e sendo transportado depois numa ambulância.

Muitas perguntas ficam por responder:
Como pode justificar então que a pessoa violentamente detida na Calçada da Estrela foi o agressor de um polícia, quando o polícia é ferido nessa detenção? Qual foi então a razão da detenção?
O agente foi ferido pelo detido, que estava a ser manietado/detido por 3 outros agentes? Ou ficou ferido pela queda no passeio ou ainda por “fogo-amigo” de um dos colegas que tão zelosamente puxaram e usaram repetidamente os bastões sobre o detido?
Como é que o perigoso e violento detido procurado pela Interpol e que alegadamente já tinha ferido um agente policial na Alemanha sai em liberdade no dia seguinte? Se a pessoa que foi detida era de tal forma perigosa que justificava uma acção imediata com aquela violência sobre o pretexto da proporcionalidade não devia haver matéria de facto para se ter mantido detido depois de ser presente a um juiz?
O que se pretendeu com tantas detenções aparentemente sem qualquer justificação? Estamos a tentar criminalizar o protesto?

E em termos mais gerais da actuação policial:
Qual a razão de numa manifestação se sentir a necessidade de infiltrarem polícias? Como se garante a liberdade de manifestação com polícias à paisana dentro dela?
Quem são as pessoas identificadas em vários sites que estão à frente da tentativa de invasão das escadarias e no momento seguinte estão a prender pessoas?
Porque há sempre relatórios de “perigosos extremistas e radicais violentos” antes de qualquer manifestação? Tal aconteceu antes da manifestação anti-NATO, antes da manifestação de 15 de Outubro e agora no rescaldo da manifestação do dia da Greve Geral.

A RTP estava lá, mas não noticiou!

Qual é o critério jornalístico ou editorial que leva a RTP a decidir não passar as imagens mais fortes e mais violentas da agressão policial feita por elementos vestidos à civil, apesar de ter lá estado e a não fazer uma investigação jornalística sobre que se passou?
Porquê só dois dias depois dos acontecimentos e apenas depois de um vídeo caseiro espalhado na internet e da divulgação desse vídeo por parte da TVI primeiro e da SIC logo após (que não estavam lá) se transformou este assunto em notícia?
Estas perguntas são ainda mais relevantes quando falamos de um serviço público com planos de privatização em que o mentor “iluminado” do estudo dessa privatização defende abertamente um “certo” tipo de censura.

O ministro mentiu ou é incompetente, só resta uma opção: Demissão!

O que leva um ministro a dizer que não há agentes infiltrados na manifestação quando há inúmeras fotos, vídeos e testemunhos do contrário? Ignorância ou mentira?
O que leva um ministro a afirmar que a polícia agiu correctamente e a desdizer-se automaticamente no dia seguinte ao informar que vai ser aberto um inquérito sobre o espancamento e a detenção na Calçada da Estrela? Ignorância ou mentira?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Não esquecemos, exigimos explicações!

No dia 24 de Novembro último, dia de greve geral e manifestações de apoio a esta última um pouco por todo o país, uma badalada detenção percorreu — a custo — todos os telejornais.
Por volta das 18h, já de noite, enquanto a maioria dos manifestantes se mantinha em frente ao Palácio de S. Bento, algumas pessoas tinham-se afastado e circulavam na Calçada da Estrela. Entre os transeuntes encontrava-se um membro do Portugal Uncut, Nuno Bio, com alguns amigos e ainda a deputada do BE, Ana Drago.
De repente, alguns gritos chamaram a atenção para uma cena de agressões físicas: um grupo de quatro ou cinco pessoas espancava um rapaz, primeiro sem armas e depois utilizando bastões extensíveis. Os amigos deste último e os transeuntes gritavam por socorro e pela polícia. A cena foi filmada por um telemóvel de quem assistiu — imagens entretanto retiradas do Vimeo, mas que se mantêm no Youtube e que aparecem em todas as reportagens televisivas sobre o assunto — e ainda pela RTP que, tendo imagens suas não deu a notícia.

À chegada dos agentes fardados da PSP os agressores foram afastados da vítima sem qualquer tentativa de detenção, guardaram novamente os bastões e distanciaram-se, enquanto os agentes fardados detinham a vítima, transportando-a para um carro. Percebeu-se, portanto, que eram agentes à paisana. Este facto foi confirmado quando um deles, tendo ficado ferido (não é claro se pela vítima ou por uma bastonada de um colega), foi transportado para o hospital na mesma ambulância que o repórter da SIC agredido violentamente pela polícia nas escadarias da AR. O agente ferido reportado pela PSP é então este agente à paisana envolvido na agressão da Calçada da Estrela.

Durante várias horas os meios de comunicação foram informados do incidente, receberam o vídeo e fotografias, mas não demonstraram qualquer receptividade a dar notícia do acontecimento. Afinal, o espancamento brutal de um cidadão desarmado por polícia à paisana não tem qualquer interesse editorial. Só no dia seguinte, após muita insistência, a TVI decidiu dar notícia do espancamento com entrevista de testemunhos e um pedido de esclarecimento junto da PSP. Depois da primeira notícia os restantes órgãos de comunicação viram-se obrigados a não ficar atrás.
Entretanto, o Ministro da Administração Interna tinha desvalorizado os acontecimentos e elogiado o comportamento da polícia e a PSP reportava um agente ferido gravemente. A sequência das declarações pode ser vista na reportagem da SIC. Nesta última ficamos ainda a saber por declarações da PSP que o detido era alegadamente um cidadão extremamente perigoso e procurado pela Interpol.

Na sexta-feira todos os detidos durante a manifestação foram ouvidos em tribunal. O rapaz detido neste episódio fica a aguardar julgamento em Portugal e em liberdade. Não há, afinal, qualquer processo internacional e a sua perigosidade não é tanta que não possa aguardar julgamento em liberdade. Acusação: agressão de um agente da autoridade e nada que implicasse o anunciado mandato de captura internacional da Interpol. Ficámos assim a saber que a polícia não tem qualquer problema em mentir para a televisão, inventando versões de factos que lhe pareçam favoráveis — mas que, mesmo que provassem ser verdadeiras, nunca explicariam a brutalidade da agressão na detenção de um indivíduo que, como se vê nas imagens, não oferece resistência nem mostra deter quaisquer armas.
Todos os detidos durante a manifestação foram soltos o mais tardar no dia seguinte. Na sexta-feira à tarde já não estava ninguém detido. Nalguns casos as queixas foram retiradas, consideradas improcedentes e noutros aguardam julgamento em liberdade.