Em sequência desta posição da banca portuguesa, António de Sousa, Presidente da Associação Portuguesa de Bancos, afirmou hoje no noticiário do almoço na RTP1, que “(...) o empréstimo não é para os bancos é para o Estado. Os bancos só precisam de dinheiro para emprestar ao Estado (..).”
Contudo, há apenas dois meses atrás, um ilustre quadro do BCP retratava a situação da banca portuguesa do seguinte modo:
“(...)*O mercado de dívida de médio e longo prazo para emitentes nacionais eclipsou-se
*O recurso ao BCE foi a solução; mas esta é uma solução de curto prazo (...)"
- Apesar da descida na sua notação de rating, a banca portuguesa recuperou o acesso ao mercado de dívida de médio e longo prazo?
- O financiamento do BCE à banca portuguesa, representando até há 2 meses 10% dos seus activos, tornou-se subitamente dispensável?
A banca portuguesa, a braços com uma crise de liquidez, não hesita em interferir na condução política do país para exigir que tudo continue na mesma.
Financiando-se junto do BCE a uma taxa entre 1% e 1,75% estes patrióticos banqueiros têm emprestado ao Estado Português a taxas que variam entre 5,7% (empréstimos a um ano) e mais de 9%. É para financiar este autêntico saque ao nosso trabalho, para manter o inacreditável arranjo institucional que impede o BCE de financiar directamente os Estados, que os banqueiros vêm agora reclamar um ‘empréstimo intercalar’.
É esta gente distinta, que se pavoneia nos media como se estivesse no quintal, que clama por austeridade, transparência e sentido de estado. São os mesmos que em 2010 pagaram 12,9% de impostos quando a taxa legal era de 26,4%.
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